sábado, 4 de agosto de 2018

Vamos falar de Wallon, aprendizagem e afetividade!

#WALLON


A gênese da inteligência para Wallon é biológica e social, ou seja, segundo ele o ser humano é organicamente social e esta estruturação orgânica supõe a intervenção da cultura. Nesse sentido, a teoria do desenvolvimento humano para Wallon é centrada na pessoa completa. Wallon tem como base a filosofia marxista, principalmente o materialismo dialético, que é uma corrente filosófica que utiliza o conceito da dialética para compreender os processos sociais ao longo da história.
Wallon, assim como Piaget, defende que o desenvolvimento da criança passa por estágios. Estágio Impulsivo-emocional, um estágio predominantemente afetivo que vai até 1 ano de idade, aproximadamente. Estágio sensório-motor e projetivo, que se estende até os 3 anos de idade e é caracterizado pela investigação e exploração da realidade exterior. Estágio do Personalismo, dos 3 aos 6 anos, que acontece o enriquecimento do eu e a construção da personalidade. Estágio categorial, dos 6 aos 11 anos aproximadamente, que marca a diferenciação entre o eu e o mundo exterior, sendo neste estágio que a criança começa a perceber o que é seu e o que é do outro. E a partir dos 11 anos, o estágio da adolescência, onde a criança começa a passar por transformações físicas e psicológicas resultante da ação hormonal.
A  medida que a afetividade se desenvolve, interfere na inteligência e vice-versa. Afetividade e inteligência são interdependentes. A  criança não é resultado linear do meio em que vive, pois ela vive em vários meios, essa diversificação é importante para o enriquecimento das crianças. Por isso é fundamental que o professor tenha conhecimento da sua turma, de cada criança presente na sua sala de aula, a coletividade e a cooperação é fundamental para cultivar sentimentos positivos nas crianças, devemos como professores criar um clima de igualdade na sala de aula. A teórica de Wallon traz uma preocupação atual, em como devemos construir uma educação para todos, independente da sua condição e ao mesmo tempo uma educação para cada um, que favoreça o sujeito em todas suas dimensões. Como aponta  Ferreira e Acioly-Régnier:

Uma educação comprometida com uma agenda reflexiva busca ampliar e resgatar os fundamentos da razão formativa, a saber: a humanização. Isso implica novos desafios para educação e para escola. Dentre eles podemos incluir o questionamento acerca do lugar da afetividade e suas relações com a cognição no campo educacional. (FERREIRA e ACIOLY-RÉGNIER, 2010, p. 23)

Por isso a afetividade tem um papel importante e fundamental nesse processo de desenvolvimento e de aprendizagem. Um professor afetivo que consegue “chegar” no seu aluno,  se torna muito mais significado do que o professor “detentor de saber”.




Referências:


FERREIRA, Aurino Lima; ACIOLY-RÉFNIER, Nadja Maria.  Contribuições de Henri Wallon à relação cognição e afetividade na educação. Educar, Curitiba, n. 36, p. 21-38, 2010. Editora UFPR

GALVÃO, Isabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 22 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

Avaliação




Falar e pensar em avaliação é falar e pensar em reflexão. Porque através da avaliação que fazemos a nossa reflexão de como estamos e onde queremos chegar. A avaliação é o que vai nos dar o retorno do nosso trabalho, que vai nos fazer ressignificar nossa prática, que vai nos fazer repensar nossas metodologias. E o ato de avaliar é continuo e não só para o professor corrigir e dar nota, mas o ato de avaliar serve para ver como estamos no processo de construção do saber, como o aluno está nesse processo. É onde vamos analisar as manifestações dos alunos em situações de aprendizagens, avaliar é uma forma de intervenção educativa. E em cada momento de sala de aula, as crianças nos trazem como estão no seu processo de ensino aprendizagem, por isso avaliação deve ser continua. Prática avaliativa, dessa forma, surge como um elemento de controle sobre a escola e sobre os professores que se vêem com a tarefa de formalizar e comprovar o trabalho realizado via avaliação das crianças, segundo Jussara Hoffmann.  E falar de avaliação na educação infantil é mais complexo ainda, pois o professor precisa ser um observador nato, já que a exploração da aprendizagem dos alunos acontece em pequenos momentos, muitas vezes passados despercebidos, é onde o aluno traz também sua bagagem sócio-cultural e compartilha com os colegas nos momentos oportunizados e ali está um momento que avaliação pode estar sendo feita. E trazendo novamente a fala da Hoffmann, não se pode conceber a avaliação como um jogo de regras uniformes e definidas, à luz de parâmetros fixos, controladores, pois ela encerra a dinâmica da interação e a própria dialética do conhecimento, com suas continuidades e descontinuidades. Philippe Perrenoud defende também que o ato da avaliação classificatória não deve ser supervalorizado e que avaliação deve estar a serviço da individualização, não temos como dar a mesma aula para todos os alunos e não temos como avaliar todos os alunos da mesma forma. A avaliação é um processo dialógico, ou seja, um processo de interação que deve acontecer na relação professor-aluno. 

Continuamos a falar sobre EJA


É muito importante que o que se trabalha na Eja seja de acordo com a realidade do aluno que está ali naquele ambiente escolar. Precisa-se oportunizar conteúdos que estejam dentro desse contexto.
Esses alunos costumam ser adultos trabalhadores que não tiveram a oportunidade de estudar na serie regular e adolescentes que muitas vezes são encaminhados pra EJA, pois estavam dando algum tipo de trabalho no turno regular. No geral são pessoas que lutam pra melhorar suas condições, pra se empoderar nesse mundo letrado. A linguagem e o pensamentos do aluno da Eja , que faz parte de uma especificidade cultural, trazem consigo uma história mais longa, como aponta o texto, atrelados a fatores culturais, eles possuem diferentes habilidades e diferentes dificuldades, possuem uma linguagem particular, muito baseada no contexto em que vivem e que devem ser conhecidos por aqueles que nela estão envolvidos.
Acredito que a maior dificuldade do aluno da EJA é lidar com o tempo, trabalhar o dia inteiro e ir pra escola a noite não é algo fácil, por mais atrelado a rotina que esteja, o corpo está cansado e consequentemente o cérebro não está tão atendo. Tirando isso, as dificuldades diferentes desses alunos, também é algo que dificulta o processo. Como aponta o texto: dificuldade de operação com categorias abstratas, dificuldade de utilização de estratégias de planejamento e controle da própria atividade cognitiva, bem como pouca utilização de procedimentos metacognitivos (Oliveira, 1995).
A escola faz parte da sociedade multicultural de hoje, existe uma diversidade no seu espaço escolar, que não provoca mudanças no geral. Como aponta o texto,  a escola voltada à educação de jovens e adultos, portanto, é ao mesmo tempo um local de confronto de culturas (cujo maior efeito é, muitas vezes, uma espécie de “domesticação” dos membros dos grupos pouco ou não escolarizados, no sentido de conformá-los a um padrão dominante de funcionamento intelectual) e, como qualquer situação de interação social, um local de encontro de singularidades.
Penso que os elementos mais importantes é oportunizar um planejamento que seja baseado no contexto cultural desses alunos, promovendo suas habilidades e resgatando suas dificuldades, onde possa acontecer momentos de reflexão sobre as diversidades presentes na sala de aula, daquele contexto ali. E principalmente que possa haver interação da turma, dos colegas entre si, do professor com o aluno, do aluno com o professor. É uma troca de experiências.

"O menininho"

A Interdisciplina Didática, Planejamento e Avaliação nos propôs uma tarefa que, para ser realizada, precisamos fazer a leitura do texto "O menininho" de Helen Buckley. Reproduzo aqui para tecer alguns comentários que não pude fazer no texto da tarefa para não fugir do foco proposto.
                                                 “O menininho”
Helen Buckley

Era uma vez um menininho bastante pequeno que contrastava com a escola bastante grande.
Quando o menininho descobriu que podia ir à sala caminhando pela porta da rua, ficou feliz. A escola não parecia tão grande quanto antes.
Uma manhã a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou o menininho. Ele gostava de desenhar. Leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos... pegou sua caixa de lápis de cor e começou a desenhar.
- Esperem, ainda não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora, nós iremos desenhar flores.
E o menininho começou a desenhar bonitas flores com seus lápis rosa, laranja e azul.
- Esperem, vou mostrar como fazer.
E a flor era vermelha com o caule verde.
- Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para a flor da professora, então olhou para a sua flor. Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isto... virou o papel e desenhou uma flor igual a da professora. Era vermelha com o caule verde.
No outro dia, quando o menininho estava ao ar livre, a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer alguma coisa com o barro.
“Que bom!” pensou o menininho. Ele gostava de trabalhar com o barro. Podia fazer com ele todos os tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e amassar sua bola de barro.
- Esperem, não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora nós iremos fazer um prato.
“Que bom!”, pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.
- Esperem, vou mostrar como se faz. Assim... Agora vocês podem começar.
E o prato era fundo. Um lindo e perfeito prato fundo.
O menininho olhou para o prato da professora, olhou para o próprio prato e gostava mais do seu, mas ele não podia dizer isso... amassou seu barro numa grande bola novamente e fez um prato fundo, igual ao da professora.
E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar e a fazer as coisas exatamente como a professora. E muito cedo ele não fazia mais as coisas por si próprio.
Então, aconteceu que o menininho teve que mudar de escola...

Esta escola era ainda maior que a primeira.
Ele tinha que subir grandes escadas até a sua sala...

Um dia a professora disse:
- Hoje nós vamos fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou o menininho. E esperou que a professora dissesse o que fazer. Ela não disse. Apenas andava pela sala. Quando veio até o menininho falou:
- Você não quer desenhar?
- Sim. O que é que nós vamos fazer?
- Eu não sei, até que você o faça.
-Como eu posso fazer?
- Da maneira que você gostar.
- E de que cor?
- Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber qual o desenho de cada um?
- Eu não sei!
E começou a desenhar uma flor vermelha com um caule verde...

O texto é um retrato do que encontro em vários momentos da minha prática pedagógica. Sou professora de Artes e em muitos momentos peço aos meus alunos que façam desenhos. É impressionante a quantidade deles que ficam quase sem ação, apavorados pois não sabem o que fazer. Alegam não saberem desenhar, mostram-se quase sem rumo. E isso acontece com alunos de várias idades, os pequeninos, de 6 anos, os das séries finais, com 15, 16 anos e também com os da EJA, muitos deles adultos.
Por outro lado há aqueles que adoram a proposta de desenho. Desenham com espontaneidade, com prazer, com dedicação. Chama atenção o fato de bem poucos alunos gostarem de pintar o desenho que fazem...

Estas atitudes antagônicas que encontro em todas as turmas que apresento essa proposta pode refletir as diferentes concepções pedagógicas de seus professores anteriores. Obviamente não é somente esse fator que determina a insegurança de uma criança ao se deparar com uma proposta de produzir um desenho. Há fatores sociais, familiares entre outros, que irão influenciar nas atitudes de uma criança, mas o que nos interessa por ora é o que acontece na escola.

Se não depende só de nós, professores, é certo que ainda assim temos um importante papel no processo de formação de nossos alunos. A escola é o lugar onde o aluno deve aprender a sentir-se seguro, confiante, feliz. E a arte tem um grande papel nisso. Ao incentivá-lo a produzir arte e acreditar que pode fazer algo "bonito", sua autoestima se elevará, tornando-o um sujeito mais confiante e seguro.


     Centros de Interesse
Centro de Interesse é uma estratégia criada pelo médico belga Ovide Decroly. Sua base psicológica reside em considerar a vida mental do indivíduo como unidade; portanto, os temas e conteúdos a serem estudados devem ser apresentados no seu todo e não repartidos em disciplinas ou áreas do conhecimento. O temas dos Centros de Interesse foram definidos por Decroly no início do século XX, a partir das necessidades vitais da criança: (1) de alimentação, (2) de luta contra as interpéries, (3) de agir, trabalhar solidariamente, descansar, divertir-se, desenvolver-se e  (4)de defesa contra os perigos e inimigos.

Segundo Cinel (2004, p 34), "para desenvolver um Centro de Interesse, em primeiro lugar é preciso que o professor esteja atento aos três tipos de experiências (fases) preconizadas por Decroly, e que devem ser desenvolvidas adequadamente: observação, associação e expressão".

Trata-se de uma forma de trabalhar muito interessante. Assim como os projetos de aprendizagem (sem deixar de considerar as especificidades de cada proposta), tem como objetivo proporcionar aos alunos  aprendizagens relacionadas umas as outras. Permitem que os alunos tenham vários enfoques sobre uma assunto, proporcionando relações e reflexões entre as aprendizagens.

Na Interdisciplina de Didática, Planejamento e avaliação, eu e as colegas Leda, Iasmim, Simone e Jaqueline estamos montando uma proposta de trabalho a partir de uma Centro de Interesse. Nossa proposta está sendo construída a partir das obras do pintor Vincent Van Gogh, partindo dos temas de seus quadros.  Cada colega está contribuindo com seus conhecimentos práticos e teóricos e está ficando muito interessante. Assim que estiver concluída e termos a a avaliação da professora, levarei esta proposta aos meus alunos da EJA.

Referência:
 CINEL, Nora Cecília Bocaccio. Centros de Interesse. In: Revista do Professor. Porto Alegre, 20 (78): 32-36. abr./jun. 2004.

                     Temas Geradores


A utilização de temas geradores proposta metodológica fundamentada por Paulo Freire seria o uso de práticas pedagógicas que valorizem a bagagem trazida pelo aluno, através de palavras chaves de fácil entendimento pelo aluno, palavras que fazem parte de sua rotina social. A partir da oralidade a construção escrita e visual terão significado para o aluno favorecendo a leitura de mundo.
[...] o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar idéias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de idéias a serem consumidas pelos permutantes.”( FREIRE, 1987)
Ao usarmos temas geradores estaremos possibilitando a interatividade, uma relação de troca entre professor/aluno, onde ocorrerá diálogo, e procura por respostas quando há problematização. O aluno deixara a passividade e suas relações sociais servirão como base para troca de saberes que possibilitaram a discussão de diferentes temas, podendo cada sujeito expor sua leitura de mundo, possibilitando o uso da linguagem no contexto do aluno.
A educação se torna humanizada e democrática através do dialogo e a prática pedagógica será permeada pela conscientização do indivíduo, dos seus direitos e dos seus deveres como cidadão. Aproveitar na sala de aula sua realidade, seus relatos de vivencias e experiências possibilitaram a efetiva participação e a transformação deste cidadão.

Referência:
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 27.ª ed. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1987. p. 3-9.
______. O mentor da educação para a consciência. Revista Nova Escola. Julho de 2008. p. 70-72. Disponível em: < https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2459263/mod_resource/content/2/Informa%C3%A7%C3%B5es%20sobre%20Paulo%20Freire.pdf> acesso em 17 jul. 2018.
______.  A importância do ato de ler. 29a. ed. São Paulo: Cortez, 1994, p.12-

     INOVAÇÕES PEDAGÓGICAS

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Algumas reflexões:

Sendo que inovar é criar algo novo, reinventar, fazer algo que não era feito antes, na perspectiva educacional as inovações não surgem apenas da vontade de fazer algo diferente, podemos dizer que resultam principalmente de uma nova interpretação do conhecimento, da reflexão sobre os métodos utilizados, da forma como vem sendo aplicados, dos resultados obtidos até então e do que se pretende alcançar, do que se espera para o futuro.

Podemos analisar esse processo a partir da seguinte colocação: "Atitudes emancipatórias também exigem conhecimentos acadêmicos e competências técnicas e sociais que configurem um saber fazer que extrapole os processos de reprodução."(CUNHA,2006)

Desse modo é possível entender que as Inovações Pedagógicas partem de um conjunto de ações que consideram as exigências do atual cenário, contexto-histórico social e suas demandas. São mudanças de concepções, estruturas, organizações e dos processos que envolvem o ensino e aprendizagem. Em sala de aula, podem se fazer evidentes principalmente a partir da atuação direta do professor que se sente desafiado (reflexionando a sua prática diária, fazendo adequações, buscando soluções), mas também do posicionamento das instituições de ensino e órgãos regulamentadores, frente ao panorama atual (científico-social) que impele mudanças

      Tecnologia e Metodologia



As TDs por si só não se constituem em inovações, na medida em que a inovação implica o rompimento de paradigmas e surge no conhecer, portanto no viver e conviver. (SCHLEMMER, 2006)

  A ideia explicita acima deixa a entender que uma proposta para ser inovadora e significativa nessa dimensão, precisa vir acompanhada do método de ensino adequado, não basta inserir aparatos tecnológicos na escola se a didática não acompanhar essa evolução, nos deixando claro que a ação docente precisa ser repensada a partir dessa nova perspectiva. Schelemmer nos situa também da importância do professor se apropriar das tecnologias de tal modo a protagonizar a sua experiência com a nova proposta, integrar-se e interagir com esse novo universo, o dos nativos digitais.
  Esse repensar a prática requer o rompimento com o modo tradicional de ensino, a velha forma robotizada: copiar e repetir, isso porque a metodologia não pode se manter estática, precisa acompanhar o dinamismo da vida humana, a forma antiga não compreende os novos sujeitos.
   No entanto mesmo que a instituição escolar não acompanhe materialmente esse progresso, o mundo digital se faz presente em quase todos os âmbitos da vida cotidiana, sendo assim a estratégia pedagogica deve buscar conectar-se a essa dinâmica atual e preparar-se ao desafio de contribuir com a formação dos indivíduos da nova geração, que exige constantes inovações.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

          Escolas Democráticas

Tudo novo, de novo... Primeira atividade foi um convite para assistir o vídeo “Escolas Democráticas” mostra através de uma animação uma realidade de um ensino tradicional que ocorre na rotina diária da maioria das escolas. Esta animação reproduz sistematicamente com o som de fundo o tic tac de um relógio uma rotina que desmotiva e torna o estar na escola algo nada atrativo.
Observamos neste vídeo que este modelo de escola está totalmente distante do que deveria ser uma escola democrática. Tudo nesta escola é controlado seja espaço físico, seja intervalo o aluno não tem papel ativo, ele é mero espectador.


Vídeo disponível: https://www.youtube.com/watch?v=Rumvh3QnL38&t=279sacesso em 13 mar 2018.

                            Memórias Tecnológicas


A Interdisciplina Educação e Tecnologias da Comunicação e da Informação propôs revisitar nossas lembranças, nossas memórias tecnológicas usadas na época das nossas primeiras aprendizagens. Nos reunirmos em grupo e o nosso grupo têm a mesma

faixa etária e, portanto vivenciou e fez uso de praticamente todos os mesmos recursos didáticos. Percebemos que estes recursos eram utilizados não somente para ilustrar e diversificar as aulas mas para também desenvolver novas habilidades.

Ao debatermos o assunto, ocorreu aquele momento de saudosismo a lembrança e até mesmo nosso olfato entrou no debate. Impossível não recordar das folhas mimeografadas que eram utilizadas para avaliações e para atividades de motricidade, recorte etc, que também serviam para registro e comprovação de aprendizagem.
A lousa verde ou negra enorme e nós tão pequeninas onde eram escritos com giz os conteúdos e explicações - garantir o registro do conteúdo.
Num momento de maior ludicidade o aparelho toca discos entrava em cena com músicas, hinos ou áudio de historias naqueles discos de vinis pequenos e coloridos.
Estes materiais eram no ambiente escolar como facilitadores das didáticas da época com as intencionalidades pedagógicas eram mostrar outras possibilidades de ensino e aprendizagem.
Na atualidade estes singelos objetos arcaicos são ofuscados pelas ferramentas tecnológicas como computador, notebook, vídeo, data show, aparelho celular, câmera fotográfica, gravador de vídeo, etc.
Percebemos que esta variedade de objetos por vezes torna o estudante avesso à criatividade, tudo parece não ter graça, não traz motivação.

Imagens:


Disponível em: <http://anacaldatto.blogspot.com.br/2014/08/lembra-dos-disquinhos-de-historia.html> acesso 08 abril 2018.
Disponível em: <http://cartacampinas.com.br/wordpress/wp-content/uploads/CAM02477.jpg> acesso 08 abril 2018.

    AQUISIÇÃO DA LINGUAGUEM


      O que é importante?

Imagem disponível em: <https://feitodesamba.files.wordpress.com/2012/08/330.jpg> acesso em: 20 maio 2018.


Para planejar o ensino é fundamental que primeiramente conheçamos o aluno e principalmente seu contexto social, só assim é possível saber o que é importante para eles aprenderem.
Abaixo seguem minhas sugestões de perguntas:
1.          Em que contexto social meu aluno está inserido?
2.          Os textos contemplam área de interesse dos meus alunos?
3.          A linguagem utilizada é de fácil compreensão?
4.          As atividades propostas proporcionam debate crítico?
5.          Este planejamento contribui para a formação pessoal e social do educando?

                            COMÊNIO E A DIDÁTICA



Após as leituras conheci Comênio o primeiro teórico a considerar não somente os sentimentos infantis, mas também sua inteligência. Fazia interseções argumentativas que as crianças deveriam ser respeitadas e principalmente consagradas como seres inteligentes, com sentimentos limites e aptidões.
Este teórico também considerava que a educação é direito de todos. É inacreditável perceber que a trezentos anos atrás existiu alguém motivado a melhorar não somente o trabalho do professor, mas também estimulado a favorecer o interesse e criatividade dos alunos.
Este tema tão atual que foi luta de Comênio e permanece sendo incompreendido por muitos. Compreender a individualidade de cada aluno ainda é um tabu, suas vontades são colocados de lado perante a infinita quantidade de conteúdos que deveram ser repassados e avaliados.
O importante para Comênio seria orientar o que realmente tem valor para a vida e não somente o que é considerado importante para a escola. Seu pensar foi e ainda é inovador. Me questiono porque a maioria dos educadores são avessos a este modelo de educação que valoriza e procura motivar o aluno a pensar, que este aluno comporte-se como ator e não como mero espectador da sua aprendizagem.
Os instrumentos didáticos apresentados por Comênio em “Orbis Sensualium Pictus” (O mundo desenhado) para alfabetização é utilizado até hoje. São abecedários ilustrados, com frase simples e desenhos. Esta técnica estimula a memorização através da visualização.Confesso que alfabetizar não faz parte da minha prática pedagógica, porém valorizar e compreender a bagagem de cada aluno fazem parte do minha metodologia de ensino e aprendizagem. Gosto de motivar e usar de muitas técnicas que despertem a vontade de falar.
Por vezes tenho que desenvolver aulas extremamente tradicionais visto que respeitar a hierarquia é a grande pedra no sapato de muitos professores. Acredito que um relacionamento de respeito mutuo de conversas, saídas de campo são elementos cruciais para a efetivação da aprendizagem.
Para ele o ponto de partida da aprendizagem deve ser sempre o conhecido: ir do simples para o complexo, do concreto para o abstrato. No seu livro Orbis Pictus, "o mundo das coisas visíveis em figuras" ele elabora um texto em que cada passo é relacionado com ilustrações. Daí já percebe-se a sua atenção em buscar procurar opções atrativas, interessantes que iram ser marcantes e principalmente prazerosas para aprendizagem.
Almejo ser lembrada como alguém que proporcionou o alto conhecimento, que motivou a auto-aprendizagem e a inquietação por aprender e se descobrir como ser capaz de traçar seus próprios caminhos. 
DOLL, Johannes; ROSA, Russel Teresinha Dutra da. A metodologia tem história. In: _______ (orgs.). Metodologia de Ensino em Foco: práticas e reflexões. Porto Alegre: UFRGS, 2004, p.26-29

GASPARIN, João Luiz. Comênio ou da arte de ensinar tudo a todos. Campinas: Papirus, 1994. p. 41-42.

O Livro didático em Comênio. Disponível em: <https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2392872/mod_resource/content/1/O%20Livro%20did%C3%A1tico%20em%20Com%C3%AAnio.doc> acesso em 10 abr 2018.


Imagem diponível em: <https://www.google.com.br/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fi.ytimg.com%2Fvi%2F1G8mS3CPFZ0%2Fmaxresdefault.jpg&imgrefurl=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3D1G8mS3CPFZ0&docid=Ikh1PJ6CRaSNUM&tbnid=ZGSbDJriiivuoM%3A&vet=10ahUKEwioy4yYvrPaAhWGiJAKHUxTCqEQMwhTKBIwEg..i&w=1280&h=720&bih=602&biw=931&q=COM%C3%8ANIO%20E%20A%20DID%C3%81TICA&ved=0ahUKEwioy4yYvrPaAhWGiJAKHUxTCqEQMwhTKBIwEg&iact=mrc&uact=8> acesso em 11 abr 2018.



                             EJA


                                     

A Educação de Jovens e Adultos ou simplesmente EJA tem como principal foco o ensino de jovens e adultos que por diferentes motivos não tiveram a oportunidade de estudar no ensino regular. Engloba prioritariamente a alfabetização, educação básica do ensino fundamental e médio.
Esta modalidade de ensino tem características singulares que devem ser respeitadas e compreendidas, visto que a turma será totalmente diversificada. O professor deverá mediar a aprendizagem tanto individual como coletiva, partindo de situações concretas, vivenciadas pelos alunos. Dentre as características que fazem do EJA uma modalidade de ensino específica está a preparação e/ou aprimoramento para atender o mercado de trabalho. Desde que essa modalidade passou a ser ofertada de forma extraordinária a educação formal, foi pensando em produzir mão de obra qualificada e barata.
Assim como as demais modalidades de ensino e aprendizagem no EJA o professor deverá estar preparado para debater e principalmente ouvir e compreender o que este aluno tem para dizer. Afastando a linguagem pomposa escolar que é certamente o maior obstáculo enfrentado por este estudante, pois a compreensão de enunciados, textos complexos não fazem parte da sua rotina.
Aliás, um dos fatores que contribuem para que o aluno em idade regular abandone a escola é justamente o sentimento de não pertencimento ao ambiente escolar, pois o mesmo não oferece ligação com a sua realidade, e o resultado é esse aluno regressando na modalidade EJA.
Percebesse que na prática escolar é necessário muito mais do que garantir a oferta de vagas, é necessário que a gestão escolar preocupe-se com a permanência dos alunos na escola, na modalidade EJA a preocupação tem de ser ainda maior para que a evasão desses alunos não se repita.
Permitir que o aluno vincule temas da sua realidade com as aulas possibilita sua interação com o ambiente escolar, aproximando a teoria a vida real, construindo subsídios para a compreensão do mundo em que estão inseridos. O aluno do EJA necessita de olhar, gestão e prática pedagógica diferenciados e adequados ao seu viver para que a educação seja prazerosa e não um fardo a mais para ser carregado.

Referências:

MACHADO, Margaria Maria. A educação de jovens e adultos Após 20 vinte anos da Lei nº 9.394, de 1996. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 10, n. 19, p. 429-451, jul./dez. 2016.

Nível Federal - RESOLUÇÃO Nº 3, DE 15 DE JUNHO DE 2010 - Diretrizes operacionais da EJA.

Nível estadual - RESOLUÇÃO Nº 0313/2011 - Consolida normas para a oferta de EJA no RS

VIEGAS, Ana Cristina Coutinho. MORAES, Maria Cecília Sousa. Um convite ao retorno: relevâncias no histórico da EJA no BrasilRevista Ibero-Americana de Estudos em Educação. v. 12, n. 01, jan-mar (2017)
                        Principais idéias Rays 

     Ao lermos o texto "Planejamento de ensino: um ato político-pedagógico" de Rays extraímos as Principais Idéias:

1. “Escola e realidade social”
Compreender o contexto social onde o educando está inserido é fundamental para o planejamento, que deverá priorizar a realidade dos educandos.

2. “Retrato sociocultural do educando”
O Planejamento será direcionado a partir da realidade do educando, valorizando seu mundo social e cultural.

3. “Objetivos de ensino-aprendizagem e conteúdos de ensino”

 Os três aspectos importantes que a aprendizagem deverá contemplar são: assimilação, elaboração e recriação do saber. Trabalhados de maneira que proporcionem significados para o educando.

4. “Procedimentos de ensino-aprendizagem”
 Participação dos educandos na construção do planejamento, forneceram subsídios para a aprendizagem cujos objetivos devem valorizar o pensar, repensar e agir.

5. “Avaliação da aprendizagem”
 A avaliação da aprendizagem tem como objetivo proporcionar mecanismos de aprimoramento das aprendizagens.

Percebemos que a educação deve priorizar o educando, que este deve ser parte fundamental de todas as etapas de sua aprendizagem e que seu contexto social deve ser observado para termos êxito na formação de cidadãos críticos e atuantes.

Imagem disponível em: <https://musicaeinclusao.files.wordpress.com/2014/10/conteudo-escolar-x-democracia.jpg> acesso em 25 maio 2018.

REFERÊNCIAS:
RAYS, O. A.
Planejamento de ensino: um ato político-pedagógico. Disponível em: <https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2407153/mod_resource/content/2/Planejamento%20de%20ensino%20um%20ato%20pol%C3%ADtico-pedag%C3%B3gico%20de%20Rays.pdf> Acesso em 20 maio 2018.

RODRIGUES, Maria Bernadette Castro. Planejamento: em busca de caminhos. Disponível em: < https://moodle.ufrgs.br/course/view.php?id=51543> Acesso em 15 maio 2018

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

              Alunos inclusos sem laudo

                                                                 

Após a leitura da Nota Técnica 04/2014 do MEC/SECADI/DPEE, são essas minhas considerações:
A inclusão sem laudo seria uma forma correta  de tratar os alunos que necessitem de  atendimento especial, o problema é a falta de profissionais, materiais, espaço físico, entre outros. O laudo não é a parte mais importante, o que importa  seria os recursos para atender esses alunos. 
Na minha escola não há condições de atender os alunos com laudo, porque nunca temos profissionais no AEE ( Atendimento Educacional Especializado). 
Em uma segunda análise sobre o assunto, penso que o laudo é um auxílio que prestamos ao nosso aluno. Em uma avaliação médica consegue-se detectar a dificuldade e com ajuda médica nosso aluno terá melhores condições de viver em sociedade. O professor não tem conhecimento sobre o assunto, a não ser que faça uma especialização, mas não podemos esquecer que se o aluno  com laudo não tiver acesso ao AEE ( Atendimento Educacional Especializado)  o professor responsável terá que atender a  todos os alunos da turma e ainda dar uma atenção especial ao aluno que possui  laudo. Não é uma tarefa fácil!

Acredito que o problema não é ter ou não ter laudo e sim ter condições de atender este aluno. E diante de nossa realidade, infelizmente me parece que a situação ainda pode ficar pior, diante da desvalorização do professor

História do movimento político das pessoas com deficiência

                                                                                              

Eu não conhecia a história da luta   das pessoas com deficiência e achei uma história que  nos transmite grande aprendizado.  A palavra desistir não fez parte desta linda história.
Se pensarmos nela lá do início onde as crianças  nem eram reconhecidas como pessoas,  eram reconhecidas como  subumanas vejo como uma luta que não  acabou mas, houveram grandes avanços.
Eles passam a serem vistos como parte da sociedade através de suas próprias conquistas.
Fiquei admirada em ver no vídeo quantas pessoas  com dificuldades e assim mesmo foram atrás de seus objetivos. Pessoas  esclarecidas , com garra, sabendo  onde queriam chegar. Como disse uma delas, não eram os políticos que tinham que dizer o que era melhor para eles e sim eles  dizerem do que eles precisavam. Os papéis foram invertidos nas  decisões de melhorias. Precisamos  aceitá-los como pessoas que podem trabalhar, contribuir com a sociedade e não excluí-los como era o caso antigamente, que as famílias prendiam, escondiam dentro de casa.
O avanço e conquistas foram bastante significativas, lendo o texto da História Geral do Atendimento  a  pessoa com deficiência fiquei chocada com a forma que eram diagnosticadas as doenças mentais.

Hoje as pessoas são tratadas com mais respeito e as oportunidades se ampliaram, graças aos movimentos e lutas destas pessoas

Morin!

Os setes saberes necessários à educação do futuro, do Morin, aborda no capítulo 1 a questão do erro da ilusão. Morin aponta que a educação, deverá enfrentar a face do erro e da ilusão, ou seja, que devemos aprender a lidar com os erros e devemos estar com o olhar atento para vermos esses erros e usá-los na construção do sujeito que está na nossa sala de aula! Devemos estar atento a esses erros para que possamos deixar a ilusão de lado para que possamos explorar as possibilidades! Como diz Morin, o dever principal da educação é preparar cada um para enfrentar os não saberes com lucidez. Portanto, além de estarmos atento ao erro, precisamos preparar nossos alunos para enfrentar esse erro e para se ressignificarem a construção que leva ao conhecimento.
E já que estamos escrevendo sobre Morin, deixo um vídeo maravilhoso, de uma palestra desse grande pensador, que fala sobre  o futuro da humanidade:


Que tem muito haver com a questão do erro e em como encaremos esse erro, fala em modernização e sobre a nossa globalização.  E se refletirmos sobre, percebemos que está tudo interligado

Mitos e Preconceitos! Rótulos e Pré-Conceitos!

A sociedade em geral não lida bem com o dito diferente, tem tendência a apontar e a muitas vezes ter um certo pré-conceito. Dentro de uma sala de aula, que é o primeiro contato com a sociedade que os sujeitos tem, isso também acontece. Mas que diferença é essa que instiga ao pré-conceito? O que é ser diferente? O texto nos faz refletir sobre isso. E existem vários tipos de diferenças, as físicas, as diferenças de personalidades e os comportamentos que se diferem.  Como lidar com tudo isso em sala de aula? E se pensarmos sobre as diferenças, temos as diferenças significativas que pontuam definições tais como: Estatísticos, Estrutural e Psicosocial. Estatíticos se refere à matemática mesmo, aqueles apontamentos que tantos porcento da sociedade faz assim ou daquele modo. O estrutural se refere a vocação, como características dos indivíduos (ver, ouvir, falar, comer) e são taxadas de diferentes pessoas que necessitam de uma ajuda de algum elemento exterior para exercer essas características e o psicosocial se refere a comparação, como por exemplo só pessoas brancas, magras e altas serão bem sucedidas , logo se pertencer a esse grupo sou “normal” e não vista como diferente.

Um conceito que trabalho muito em sala de aula é da empatia, empatia pelo próximo. Somos iguais, porém diferentes e precisamos ser respeitados nessa nossa diferença. O diferente não deve ser assustador, mas deve ser somado a diversidade da nossa sociedade multicultural e deve ser respeitado. Por isso a palavra empatia. Faço com que meus alunos reflitam sobre essa palavra e a pratiquem. O ensino desse conceito, que deve ser praticado em sala de aula e na vida é fundamental, pois muitas vezes essas relações em sala de aula são liquidas, como nos fala Bauman, ninguém se preocupa com o outro, só consigo mesmo. E para vivermos bem em sociedade, precisamos ter o cuidado com o outro, além de nós mesmos. Quando não se tem empatia, muitas vezes se tem o Pré-conceito, o preconceito e os rótulos.  Estamos ali formando sujeitos que serão os futuros atuantes da nossa sociedade, se começarmos a trabalhar a empatia pelo próximo e o respeito a diversidade, no futuro não serão adultos pré-conceituosos. Para Omote (2004) deveríamos pensar na diversidade como um fator natural, decorrente da variabilidade própria da espécie humana, de alterações ocorridas no organismo e de possíveis variações no ambiente.

Releitura da postagem ; Ser ético Data: 9 -11-2017    Essa postagem refere-se a ética  profissional. A ética deve ser uma prática de tod...