REFLETINDO AS RELAÇÕES HORIZONTAIS E O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR
As relações horizontais contribuem para institucionalizar uma cultura
organizacional democrática através da descentralização do poder, pois deixa de
haver uma concentração de poder na mão do dirigente, condição de democratização
da gestão, a qual é de responsabilidade coletiva e não centrada na figura do
diretor.
Silva e Bairros (s/d), afirmam que:
A qualidade da educação diz respeito
em primeiro lugar a que as escolas sejam capazes de participar da elaboração de
um planejamento participativo autônomo, apropriando-se de seus próprios
assuntos. Nesse sentido têm de ser livres para organizar, pensar e planejar a
escola de forma coletiva, com igualdade política e de participação real, como
parte do processo de construção de uma escola com qualidade social. (SILVA;
BAIRROS. s/d, s/p)
Assim, nos processos decisórios o poder de decisão deixa de ficar
centrado nas mãos do diretor da escola e passa a ser tomada de forma
colaborativa por todos os seguimentos da escola, pois há órgãos colegiados como
o Conselho Escolar que contribui para descentralizar e distribuir o poder,
sendo um órgão de representação de diferentes segmentos da escola (estudantil,
pais, comunidade, professores, funcionários) ou seja, a escola empodera seus
membros participantes. Temos também o resgate dos Grêmios estudantis e os
Conselhos de Classe, sendo que este último é uma instância colegiada com
concepção mais avaliativa do que classificatória e o CPM, que proporciona a
participação da família na escola e da escola na comunidade, atuando como
elemento de auxílio e complementação da administração escolar, prestando
serviços à escola em benefício dos alunos e do processo educacional, promovendo
o aperfeiçoamento da formação sociocultural de seus integrantes e estimulando a
transformação da escola em centro de integração e desenvolvimento comunitário.
Na gestão democrática escolar as instâncias colegiadas (Conselho
Escolar, Grêmio Estudantil, CPM, Conselho de Classe) formam uma corrente de
conhecimento das decisões que são tomadas no âmbito escolar. E, então, as
relações educativas no contexto social se dão através dessas instâncias
colegiadas, pelos seus representantes. Isso gera uma maior participação da
comunidade escolar, havendo melhora no desempenho de alunos e professores, bem
como da qualidade educacional escolar.
O papel do gestor escolar, em minha opinião, é orientar, acompanhar e
potencializar o trabalho de sua equipe, facilitando a implantação de
procedimentos participativos; trabalhar e facilitar a resolução de problemas em
grupo, exercendo um trabalho de equipe com todos os seguimentos da escola e
ajudando a identificar suas necessidades, para que possam adquirir as
habilidades necessárias para uma formação de qualidade; ser capaz de ouvir o
que os outros têm a dizer, delegando autoridade e dividindo o poder.
Sendo assim, cito como exemplos do
papel do gestor escolar, no sentido de fomentar e de preservar a gestão
democrática na escola: Coordenar a elaboração e implementação do
Regimento Escolar e do PPP; Gerenciar o funcionamento da escola em parceria com
o Conselho Escolar, zelando pelo cumprimento do Regimento Escolar; Promover o
envolvimento dos pais na gestão da escola, incentivando e apoiando a criação
das associações de pais e as iniciativas do Conselho Escolar; Estimular a participação
dos pais na educação dos filhos, envolvendo-os nos Conselhos de Classe, a fim
de acompanhar o desempenho dos alunos e fortalecer o relacionamento entre pais
e professores; Proporcionar ao professor momentos de auto avaliação, debates e
reflexão da prática pedagógica, etc.
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