14 de julho de 2017
Ocupar o espaço que nos pertence é fazer democracia
A democracia na escola tem sido um tema recorrente em nossas aprendizagens neste semestre e é importante que seja assim. Falar sobre gestão democrática e o processo que envolve e nos cabe nessa construção é fundamental para que a democracia se torne real em nossas escolas. Essa troca de ideias, vivências e realidades múltiplas do grupo em escolas tão diversas nos aproximam e nos fazem capazes de perceber o que nos distancia da democracia escolar.
A distância entre aquilo que é de
fato uma gestão democrática e aquilo que parece ser, é real e mais constante em
nossas comunidades escolares do que gostaríamos de admitir. A legislação
garante o processo por lei, mas não implementa mecanismos para tornar o
processo real. O que se vê na prática, é que o conselho escolar é constituído
conforme determina a lei, eleito por votação, tem um representante de cada
segmento: direção, pais, alunos, professores e funcionários, mas se ocupa
principalmente das questões administrativas e do uso das verbas destinadas à
escola. Sobra administração e falta mobilização. Se a participação efetiva e
representação concreta da comunidade na escola e no conselho escolar é
revertida em igualdade, democracia e justiça nas ações, o que impede que isso
se concretize?
A simples existência do conselho
escolar não garante a democracia na escola. Enquanto as relações de poder e
convivência escolares forem verticais não há como construir democracia, que por
si só, exige igualdade e respeito mútuo para e entre os segmentos e membros da
escola como participantes do processo educativo. Para reverter esta situação de
mascaramento da democracia, é fundamental que o Conselho Escolar se aproprie de
suas funções, objetivos e razão de existência.
Neste
processo de assumir a própria identidade, todos os segmentos devem reavaliar
sua participação no fazer coletivo e na tomada de decisões. Quando os segmentos
se fortalecem e se estruturam, automaticamente desestabilizam o poder
hierárquico, fazendo a democracia existir e acontecer na prática. Não haverá
mudança efetiva, sem discussão, sem diálogo entre as partes envolvidas e sem
trabalho árduo. A Escola Democrática não é um produto pronto, é construção, só
pode ser construída com a participação e o fazer coletivo. Não basta querer uma
escola melhor, é preciso fazer uma escola melhor e essa responsabilidade
pertence “democraticamente” a todos.
Referências:
GALINA, Irene de Fátima. Texto:
Espaço de Participação na Gestão Democrática da Escola pública. Universidade Estadual
de Maringá, Paraná.
Vídeo Gestão em Foco: Conselho
Escola.