terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
O texto “Técnicas e Tecnologias no Trabalho com as Operações Aritméticas
nos Anos Iniciais Ensino Fundamental”, de Bittar, Freitas e Pais, nos traz
reflexões importantes sobre a matemática em nossas escolas. Concordo plenamente
com os autores: a questão do ensino da matemática está ligada à questão da
transposição didática. Como transformar e transferir o saber acadêmico para o
aluno. Sabemos que uma coisa é saber e outra é ensinar. Saber muito sobre
matemática não significa saber ensinar matemática. Mas qual a melhor maneira de
ensinar matemática. Será que ela existe? O professor deve valorizar mais os
aspectos práticos e técnicos, valorizar mais os aspectos tecnológicos e
teóricos ou investir mais na exploração e no construtivismo? Precisamos ser tão
radicais em nossa escolha? Porque muitos professores se acomodam em um modelo
de ensino da matemática não traz bons resultados?
Trabalho com
crianças de 0 a 6 anos de idade. Ninguém começa a se interessar por números aos
seis anos de idade, mas uma criança nessa idade já pode perder o interesse em
saber e descobrir sobre números. O texto nos mostra claramente o excesso
de valorização do certo ou errado. O que é errado para nós é a lógica da
criança. As crianças não aprendem matemática memorizando, repetindo e
exercitando exaustivamente números e operações, mas resolvendo situações
problema, enfrentando obstáculos cognitivos e utilizando seus conhecimentos. A
criança já chega na escola trazendo sua bagagem de matemática, ela já
vivencia matemática, antes mesmo, de saber definir conceitos matemáticos.
Então é importante que não ignoremos este saber trazido pela criança. A
percepção do aluno é indispensável para o sucesso da matemática em sala de
aula. É sobre isso que nos fala Constance Kamii em seu livro, A Criança e o
Número: “Quando ensinamos número e aritmética como se nós adultos fôssemos a
única fonte válida de retroalimentação, sem querer ensinamos também que a
verdade só pode sair de nós. Então a criança aprende a ler no rosto do
professor sinais de aprovação e reprovação.”
A didática da matemática nos mostra
que não é apenas com o número, mas com a análise e a reflexão sobre o sistema
de numeração que os pequenos constroem seu conhecimento matemático. Quando
falamos em matemática para as crianças de 0 a 6 anos é preciso sempre lembrar
que o lúdico é um fator indispensável neste processo. Eu utilizo histórias,
personagens, materiais concretos, jogos e brincadeiras como (boliche, o dominó,
bolas de gude, bingo, basquete, memória, sucatas, tampinhas...) para envolver
as crianças na minha prática e despertar sua curiosidade e interesse pela
matemática. Trabalho com o concreto encorajado as crianças a relacionar os
números com os objetos, pensar sobre os números e interagir com os colegas. É
extremamente interessante perceber o quanto os alunos aprendem uns com os
outros nas atividades propostas. Os desacordos e acordos entre elas estimulam a
releitura do pensamento. Vejo em minha prática diária que as crianças têm
muitas maneiras de chegar a uma resposta.
Gérard Vergnaud nos diz que é importante pensar
a adição e a subtração sob o enfoque do campo aditivo porque não se pode
entender o aprendizado de um conceito e o desenvolvimento cognitivo
separadamente. Por isso, é preciso considerar a variedade de situações
envolvidas na formação de um conceito e a variedade de situações envolvidas no
entendimento de uma situação. O texto esclarece porque somar e subtrair são
complementares para as crianças e nos acorda para a necessidade de aprender
como as crianças pensam para ensiná-las, porque se conseguirmos perceber como
as crianças constroem seus conhecimentos matemáticos, poderemos planejar uma
didática muito mais eficaz e prazerosa para o ensino da matemática:
http://acervo.novaescola.org.br/matematica/fundamentos/todos-perdem
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